A maior religião de todas é o respeito.
É dar a todos o direto de escolha, do livre-arbítrio.
Cada um tem o direito de escolher o que quer
fazer da vida, não é mesmo? Eu tento respeitar a liberdade de escolha de cada
um – é difícil.
Sabe, eu sempre prezei o respeito aos mais
distantes, mas os que estavam por perto eram metralhados por “críticas
construtivas”. Mãe, namorado, melhores amigos. Tinha uma mania feia de querer
mudar as pessoas, de querer que elas ajam e pensem da mesma maneira que
eu. Quase perdi gente que amo MUITO por essa grande BO-BA-GEM.
Aprendi que cada um é como quer ser. Gosta do
que quiser gostar, tem seu ritmo de trabalho, estudo e rotina. Cada um tem seu
jeito, nunca seremos iguais – NUNCA.
Agora, a minha “religião” (respeito) serve
para todos. Andei levando umas “porradas da vida”, uns “puxões de orelha”
de Deus (eu acredito). Se você não acredita, te respeito – só peço que respeite
a minha crença.
Andava muito fútil, bobona demais. Pensava
muito em consumo, corpo perfeito entre outras coisas.
Tive que sofrer um grave acidente de moto onde
quase morri “para acordar”.
No começo ficava lamentando-me, “porque isso aconteceu comigo”?
Estava tudo indo tão bem, estava começando a realizar parte de um sonho.
Hoje vejo que o acidente que sofri me fez EVOLUIR muito.
Só me trouxe coisas boas. Não tem como
mensurar o quanto cresci como ser humano. Coisas que antes eram IMPORTANTES,
tornaram-se banais.
Reaprendi a valorizar as pessoas certas, os
que me amam e querem o melhor para minha vida. Larguei muita “amizade” que só
estava ali comigo por conveniência, ou por ter “um corpinho bonito”.
Aprendi a agir de uma forma melhor, ainda
menos egoísta (preciso ficar ainda mais) e com mais RESPEITO a
liberdade de escolha que cada um tem. Estou mais humana, querendo fazer
o bem (ainda mais do que antes – esse sempre foi um lema de vida).
Ando mais simples, mas não menos vaidosa –
admito. Ainda amo produtos de beleza, make, moda, sapatos e bolsas. Gosto de
tecnologia como sempre.
Ainda adoro ter um “corpo sarado” e ir para
academia. Mas não sou tão desesperada com dieta e treinos como antes - não
deixo de comer tudo que gosto (como andava fazendo). Não fico “morrendo” se não
conseguir ir na academia (por mais que me deixe triste a impossibilidade de ir
– dependo de carona). Enfim, ando menos radical.
Sabe, aprendi que nada disso é tão importante
assim.
Prefiro ter quem amo por perto, ser uma pessoa
legal e boa – mesmo que não receba em troca (eu sempre fiz isso, mas agora tá
mais forte – vou continuar me ferrando como sempre, essa de não esperar NADA de
NINGUÉM machuca pra caramba, difícil gerar retornos, continuarei tentando).
Valorizo mais as coisas que são FUNDAMENTAIS.
Passei dias em coma, tive traumatismo
craniano. Reaprendi TUDO novamente – andar, falar, comer, beber, escrever, ter
memória, pensar com rapidez e atenção. Fiquei com os movimentos do meu braço
esquerdo arriscados (quebrei o cotovelo), quase perdi o que tanto amava e me
orgulhava – estudar e trabalhar com “rapidez e esperteza”. Ainda tenho
problemas na visão, mas tenho FÉ que vai melhorar – só depende de mais tempo
para TUDO ficar bem.
Me tornei uma pessoa perfeita? JAMAIS, tô
cheia de defeitos ainda. Ninguém é perfeito – a gente vai tentando acertar, né?
Tô me esforçando, JURO.
Foi me dada a mesma chance que ganhei no dia
28/11/1989.
Nasci novamente, tive a grande oportunidade de
conseguir me recuperar de uma forma “perfeita”. Dois braços, duas pernas, a
mesma “desinteligência” e esperteza e poucas marcas no corpo. Estou falando
muito (como sempre), comendo muito (como sempre), escrevendo, trabalhando e
estudando (ainda melhor – com mais dedicação, atenção e organização).
Sou grata a Deus, ao universo, aos que me
ajudaram, as pessoas que mandaram palavras e energias positivas.
Agradeço.
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